The Social Network
De David Fincher
O filme, baseado no livro “The Accidental Billionaries”, foi indicado a 8 Oscar, incluindo melhor roteiro e melhor filme. Sua história é digna mesmo de um filme: um moleque nerd de 20 anos, fanático por computadores, em uma universidade de ponta que, quase da noite para o dia, constrói uma empresa bilionária.
Um roteiro até meio clichê, mas é a história real de uma das maiores empresas da atualidade, o Facebook, fundada em 2004. O Mike Zuckerberg do filme é, além de muito hábil com programação, arrogante, sem nenhuma empatia, obcecado pelo trabalho e não mede esforços para passar por cima de quem seja para conseguir seus objetivos. Um perfil bastante próximo a realidade.
Apesar deste perfil pouco amigável, teve a sorte de encontrar pessoas que o ajudaram na sua trajetória de empreendedor. Primeiro, o amigo brasileiro, Eduardo Saverin, que bancou as primeiras contas da nascente empresa (o domínio na internet, por exemplo) e ajudou com o algoritmo do aplicativo que derrubou a rede de Harvard e transformou o nerd pouco descolado em uma quase celebridade na universidade.
Foi por causa deste episódio que Mark chamou a atenção dos irmãos Winklevosses e do amigo Divya Narendra, veteranos de Harvard e mais tarde investidores de Venture Capital, que entre outras coisas, se aventuraram pelo mundo dos Bitcoins. Os investidores achavam que tinham contratado Zuckerberg para trabalhar na ideia de uma rede social para os estudantes da universidade – o Harvard Connection. Mas Mark tinha expandido a ideia e desenvolvido um site que ele registou como The Facebook.
Por causa do crescimento exponencial do novo aplicativo dentre os estudantes, ele chamou a atenção também do investidor anjo e fundador do Napster, Sean Parker, que o apresentou para os primeiros investidores, o fundo Accel Partners (com um aporte de USD 12,7 MM) e foi quem conseguiu contribuiu com sua visão para transformar o Facebook em um negócio multimilionário.
Ainda nos primeiros momentos da empresa, Mark brigou com todos os sócios que começaram com ele. Eduardo viu seus 30% iniciais dissolvidos nas rodadas de investimento e saiu com uma bolada depois de um acordo judicial. O mesmo com os irmãos gêmeos, que levaram UD 65 MM em 2008 e continuaram brigando na justiça até 2011. Sean também viu sua relação com o chefão do Facebook se distanciar depois que foi pego em uma balada regada a cocaína com uma estagiária.
O filme recebeu algumas críticas em relação às adaptações que fez para tornar o roteiro em um filme de duas horas. De qualquer forma, ele retrata bem um novo tipo de empresa (e de empreendedor) que começou a surgir de forma bem mais recorrente na retomada das empresas de tecnologia após a crise da virada do século. E não deixa de ser uma boa diversão, bem ao estilo Hollywood.
A Rede Social de Zuckerberg, que tem sua sede no Vale do Silício, tem atualmente 2 bilhões de usuários, tem um Market cap de mais de USD 500 bilhões e é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Comprou diversas outras empresas, entre elas o Whatsapp e o Instagram (que já teve a história repassada por aqui). A empresa vive às voltas com as polemicas sobre o uso dos dados dos usuários, da manipulação de eleições via Feak News e da influência que sua rede tem em várias esferas da vida moderna. O fato inegável é que a empresa tem sabido se reinventar e mantido sua hegemonia. Eu ainda acho que em algum momento (não tão longo) o Facebook terá um destino parecido com o Orkut e outras redes que já ficaram no passado. 2 bilhões de pessoas parecem pensar diferente de mim…


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