Madame Walker

Self Made: inspired by the life of Madam C. J. Walker

2020, Kasi Lemmons, Netflix

Apesar de ser uma história triste, pessoalmente foi uma alegria conhecer a história de Sarah Breedlove, empreendedora americana, retratada pelo Netflix. Uma faxineira, primeira não-escrava da família, que encontrou um nicho de mercado e se transformou em uma milionária empresária do hoje bilionário setor da Industria de Beleza.

Venceu o racismo e o preconceito em um EUA difícil do começo do século XX, onde parte da população negra era ex-escrava e quase todos seus integrantes eram descendentes de escravos. Imagine resolver abrir uma empresa neste contexto.

A jornada do empreendedor quando consegue se completar em toda sua magnitude é bastante similar em seus resultados (identificar a oportunidade, iniciar um empreendimento, acessar recursos e conquistar confiança, conquistar rentabilidade e desorganizar e reinventar mercados), mas muda em função da gênesis, do ambiente, do perfil do empreendedor e das estratégias que ele utiliza para conduzir seu negócio e crescer.

Sarah foi abandonada por seu primeiro marido, entrou em depressão e começou a perder todo seu cabelo. Foi aí que encontrou um produto milagroso, uma espécie de tônico capilar em creme. Viu a oportunidade de vender o produto para mais pessoas iguais a ela e encontrou um nicho de mercado em meio a recentemente emancipada comunidade negra no sul dos Estados Unidos. Nesta mesma época, se casou com C.J.Walker e virou a Madame C. J. Walker.

Sua trajetória ganha proporções dramáticas em função do ambiente em que estava inserida. Quase nenhuma mulher empreendia naquele período. E muito menos sendo negra. Ela teve que enfrentar muitas dificuldades para vencer todas as etapas, começando pela resistência dentro de sua própria casa, passando pelos passos legais e burocráticos até a epopeia para levantar capital.

Apesar do contexto desfavorável, ela conseguiu transformar sua própria realidade e de muitas pessoas de seu entorno. Gerou oportunidades para uma equipe de vendedoras, empregou muita gente de sua família e deixou um negócio montado que rendeu frutos a muitas gerações depois dela.

A série está dividida em quatro episódios e está muito bem produzida. No fim, fica a impressão que o custo foi alto demais para tudo isso. Mas o que seria do mundo sem seus heróis que quebram paradigmas e criam um mundo melhor do aquele que receberam?

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