Inside Bills Brain: decoding Bill Gates
A Netflix produziu um excelente documentário com um dos maiores empreendedores do século XX, o fundador da Microsoft, uma das quatro empresas com valor de mercado maior a USD 1 trilhão. A produção criada pelo premiado documentarista Davis Guggenheim está disponível em 3 capítulos de aproximadamente 1 hora cada. Vão intercalando os desafios da Fundação Bill e Melinda Gates (que resolve problemas mundiais em grande escala no mundo, como o saneamento na África, o fim da pólio ou o aquecimento global), com um repasso da trajetória pessoal e profissional de Gates.
A coleta de material de época foi bem feita e temos acesso a imagens e momentos importantes da epopeia de um empreendedor com grande exposição midiática e que amealhou uma fortuna de bilhões de dólares. Interessante ver a transformação de um moleque nerd de classe alta, apaixonado por livros e por computadores, super competitivo e pouco sociável virando um executivo workaholic, um solucionador de problemas em série, que inaugurou o mercado de software moderno. Do começo, com fitas perfuradas em um computador Altair 8800, até o ganho de escala do MS/DOS com computadores pessoais IBM. Temos um exemplo típico de um técnico, apaixonado e obcecado pelo que fazia, estimulado em um ambiente propício e preparado para receber inovações, como era uma universidade como Harvard; se desenvolvendo e transformando o mundo a seu redor. Quer uma atividade de maior impacto do que a Microsoft, que esteve presente na vida de quase todo o cidadão moderno no últimos 25 ou 45 anos? Esse era o tipo de pergunta que Gates fazia quando ainda não tinha começado a Microsoft, e se inspirava em personagens reais retratados na revista de negócios Fortune: empresários, embaixadores, políticos, generais.
A história de Bill é marcada por perdas emocionais grandes, que ele encarou como mais motivação para seguir crescendo e se aprofundando em seus projetos. Esta é a forma que o executivo encontrava de enfrentar suas frustrações. “Quando as coisas são difíceis emocionalmente, ele vai para seu espaço seguro, que é seu intelecto. Lhe custa sentir dor”, segundo uma de suas duas irmãs.
Durante a trajetória contou com mentores importantes que ajudaram no crescimento como individuo, não somente como empreendedor. Primeiro, sua mãe, o incentivando a se socializar mais e até criando eventos de convívio social para seu pequeno. Professora universitária, mulher ativa, inteligente e bem relacionada na sociedade, foi ela quem ajudou Gates nos começos da Microsoft e mais tarde o apresentou a outro de seus grandes mentores e apoiadores, o investidor e companheiro de Bridge, Warren Buffet. Mas, também seus dois grandes amigos e companheiros: o adolescente Kent Evans, que morreu tragicamente fazendo aulas de montanhismo, o co-fundador da Microsoft, Paul Allen, talentoso programador, dois anos mais velho que Gates, que tinha lampejos de bom vivant e não era tão obcecado e competitivo. Ambos eram interlocutores constantes em seu processo criativo e em sua formação.
E quem transformou a Microsoft em uma grande companhia, foi Steve Balmer, que era 100% comprometido com a empresa e seu crescimento. Gates deixou a empresa em 2008, 33 anos depois de fundá-la. Ainda se considera um tecnofilo e acredita que a “tecnologia salvará tudo”.
O que mais se destaca em Bill Gates é sua determinação e foco em resolver os problemas a que se propõe. Seu processo criativo tem muita metodologia e esforço concentrado. Quanto mais complexo e difícil, melhor. Gates “se nutre da complexidade”, como definiu sua esposa Melinda. É de lá que seleciona os problemas que quer resolver atualmente. E aì, coloca toda a sua energia e recursos para encontrar uma solução. São as pausas no Canall Hood, onde leva livros sobre determinados temas e se afoga neles por uma semana de trabalho focado, ininterruptamente. “Você deve escolher uma quantidade limitada de coisas para que sua mente se concentre”, diz o domador de uma das maiores mentes humanas que se tem notícia, e que continua sendo um empreendedor – “até o cérebro parar de funcionar”.
Quantos Bill Gates a humanidade é capaz de criar a cada geração? Quantos conseguem escalar a pirâmide de Maslow e dedicar todo seu intelecto para gerir recursos quase infinitos com o objetivo de resolver os grandes problemas da humanidade?
Questionado se ainda se mantém otimista com relação aos desafios que se auto impôs na Fundação, ele responde: “Eu continuarei trabalhando duro”.
O mundo agradece…
“Resolver problemas: é isso que eu sei fazer. É nisso que sou bom” Bill Gates
“Quando temos expectativas especificas de nós mesmos, é mais provável que as atingiremos. O importante não é o que você obtém, nem mesmo o que você dá ao mundo. O importante é em que você se converte”.
“Se arrisca, com a maior velocidade possível, sem medo, de forma audaz.” Depoimento de um funcionário da Microsoft.
“O tempo é o único bem que ele não consegue comprar. É um recurso escasso, limitado, finito.”


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