De empreendedor e louco todo mundo tem um pouco

De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco

Linda Rottenberg

Linda montou uma das organizações mais genuínas e respeitadas do século XXI. Apesar de ter co-fundado a empreitada ainda no final do século XX, a Endeavor é uma organização estabelecida para atuar na nossa era. A ONG fundada em 1997 tem como missão ajudar empreendedores a realizarem seus sonhos. Com este mote, montou uma rede multiplicadora de empreendedores.

Mas, não deixa de ser uma escola. Escola para apoiar gente a se desenvolver, a crescer rumo a seus objetivos. A Endeavor ajuda os empreendedores com uma rede de mentores e com ajuda financeira. Com foco original em mercados emergentes, já ajudou a mais de 180 empreendedores, que geraram 15 mil novos empregos e faturam USD 1,5 bilhões por ano. De suas redes saíram alguns IPOs e até um ministro da Economia.

O livro editado em 2014 condensa parte do que Linda aprendeu de sua experiência. Demonstrando que pessoas com a atitude empreendedora podem ser encontradas em todos os ambientes profissionais, ela encontrou quatro tipos de empreendedores: gazelas (serial, ambicioso, DNA), gambás (intra-empreendedores), golfinhos (empreendedores sociais, ONGs) e borboletas (tecnológicas, técnicos, treinados) – que vão tendo variações no tempo e no espaço, de acordo a personalidade, experiências e maturidade.

Para ilustrar os perfis, ela traz uma série de boas histórias e exemplos de empreendedores. De como, por exemplo, foi a gênesis empreendedora da Veuve Clicquot e de empresas gigantes como IBM, GM e Microsoft. E de vários outros exemplos da rede Endeavor espalhada pelo mundo.

Linda, além de co-fundadora, é a atual CEO da organização. Sua gestão é absolutamente profissional – gestão via board, rede de multiplicadores e sócios estratégicos – em menos de 10 anos já estava de volta a Harvard, como exemplo de expansão e crescimento.

História inspiradora, exemplo de uma sociedade que funciona, se ajuda e se desenvolve junto com seus habitantes. Com o livro Linda deixa alguns de seus aprendizados para o planeta…

“O desejo de tentar a sorte, de promover mudanças e de perseguir os sonhos… o espirito empreendedor é contagioso e a principal maneira de dissemina-lo é por meio do relacionamento entre mentores e aprendizes”

Como dizia meu amigo Luiz Perez e seus exemplos de empreendedores uruguaios e diversos professores e professoras que conheci, a pura e máxima expressão da generosidade para com o conhecimento, do que um aprendeu para o mundo.

Outros insights…

“Qualidades que definem bons empreendedores: agilidade, imaginação, persistência e capacidade de executar” Linda Rottenberg

“Eu acreditava na máxima de que os empreendedores já nascem prontos, mas hoje creio que o empreendedorismo pode ser executado e aperfeiçoado por qualquer pessoa realmente decidida a aprender”

“Trata-se de um jogo decidido em uma área de um pouco mais de 12 cm: a distância que separa um ouvido do outro” Bob Jones, jogador de golfe norte americano, sobre o golfe que Linda compara com a atividade empreendedora

“… aquele momento em que nos vemos divididos entre fazer o que é seguro e as pessoas esperam de nós ou apostar no que é incerto e desconhecido. Trata-se a encruzilhada que separa o medo da esperança”, sentimento que segundo Linda encontrou em quase todos os empreendedores que conheceu

“As pesquisas que fizemos com quase mil empreendedores da Endeavor revelaram que dois terços deles não elaboraram planos de negócios formais quando começaram seus empreendimentos, mais de 80% lançaram seu projeto em menos de seis meses e quase metade deles alterou o modelo de negócios pelo menos uma vez”

“Os empreendedores mais inteligentes não correm riscos desmedidos, apenas riscos inteligentes. Nunca arriscam tudo; apenas o suficiente para avançar. ”

“Uma lição que aprendi ao trabalhar, ao longo dos anos, em economias instáveis é que a estabilidade é amiga do status quo, enquanto o caos atua como aliado de quem quer empreender”

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