Global Entrepreneurship Monitor 2018

O relatório, coordenado pela equipe da Babson College, nos Estados Unidos, chega ao seu aniversário 20 e traz dados interessantes a respeito da atividade empreendedora ao redor do mundo. Na edição de 2018, 164.269 pessoas foram entrevistadas em 49 países (com amostra mínima de 2.000 por país).
Entramos em uma etapa da humanidade em que o empreendedorismo terá cada vez maior protagonismo. A internet, novas formas de financiamento, maior mobilidade e mudanças de valores já fazem com que as pessoas considerem a possibilidade de abrir uma empresa como uma alternativa real para suas carreiras profissionais.
Como podemos ver no gráfico abaixo, o nível de empreendedorismo varia conforme o país e seu momento econômico. Aspectos culturais e realidades socioeconômicas de cada localidade explicam os níveis e as variações da atividade empreendedora, seja em suas etapas iniciais – Total Early-Stage Entrepreneurship activity (TEA), seja em seus formatos mais estabelecidos (Established Business).

Fonte: GEM 2018-2019 https://www.gemconsortium.org/
Em geral, a América Latina apresenta bons níveis de empreendedorismo. Uma das explicações talvez esteja na quantidade de gente com medo de errar (fear of fail rate), que apresenta a menor taxa entre todas as regiões do mundo.
Entretanto, grandes volumes não significam necessariamente boa qualidade na atividade empreendedora. Na América Latina, a presença do empreendedorismo por necessidade é muito maior do que nos demais países (veja a relação entre decisões por oportunidade e necessidade, abaixo). A falta de empregos e oportunidades no mercado de trabalho leva as pessoas a buscarem o sustento por seus próprios meios. No Brasil, por exemplo, 53% dos negócios são administrados por empreendedores individuais, sem empregados e sem outros sócios.

Fonte: GEM 2018-2019 https://www.gemconsortium.org/
A qualidade da atividade empreendedora tem reflexos na taxa de mortalidade das empresas. Na média dos 49 países este índice é de aproximadamente 50%, enquanto na América Latina o numero está mais próximo a 70%. Quando perguntados dos motivos para a descontinuidade de seus negócios, 45% dos empreendedores dizem que suas empresas não prosperaram por problemas financeiros, falta de rentabilidade ou de capital. 25% dizem que venderam a empresas, se aposentaram ou foram atrás de outras oportunidades.
Pessoalmente, tenho a impressão que problemas financeiros são mais consequência do que causa para a mortalidade das empresas. As empresas quebram porque são mal administradas, o balanço somente reflete as decisões que foram tomadas em algum momento anterior. As quebras das empresas estão muito mais relacionadas com o comportamento do empreendedor e/ou a falta de preparo técnico dos mesmos. Talvez muito mais por comportamento do que por algum gap técnico, na minha opinião.
E vocês, o que acham?

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